A LUA (1919)
Às vezes saio à noite, a contemplar
Poetisa do exul – a nívea Lua,
Tão frio e branco, no meu peito atua,
O denso raio do seu meigo olhar ...
Concha leve de prata a desvendar
A grandeza do céu, que a rir desnuda;
Quanta pureza tem – é imagem tua,
Na Candidez dos raios a brilhar!...
Recito versos meus à poetisa,
- à Lua, que as tristezas ameniza,
Branca ilusão do azul a rebrilhar...
Noiva de poeta – chamo-a em pensamento ...
E ela vai pelo céu, mui lento, lento,
A epopeia da noite a recitar!...
Franklin Cassiano da Silva
in Crisálidas
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